Ações de outras cidades serão base para questionar IPTU em Ribeirão

Representantes de grupos sociais e de associações de moradores contrários ao reajuste no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Ribeirão Preto (SP) pretendem usar decisões que impediram o aumento do IPTU em outras cidades do país como base jurídica para contestarem o valor cobrado no município. O empresário e presidente da Associação de Moradores do bairro Lagoinha, Marcus Vinícius Moreira de Carvalho, afirmou que o grupo usará o argumento para entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin).

Segundo Carvalho, será utilizado como exemplo as decisões obtidas em São Luís (MA) e na cidade de Guarulhos (SP). Ele explica que nas cidades, grupos conseguiram barrar o aumento alegando falta de publicidade na revisão da Planta Genérica, pois o parecer técnico não foi publicado; vício de quem promoveu o estudo de atualização da Planta, contestando a competência do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) para o ato e alegando que quem deveria tê-lo feito é a Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP); e de que não foi feita justiça social no reajuste.

“Você pega um imóvel no Jardim Zara e ele teve 130% [de reajuste no IPTU]. Fez um fator limitador de 130% [no aumento do imposto], aí você pega a Avenida João Fiusa e o aumento foi de 130%. Você acha justo uma pessoa do Jardim Zara ter o mesmo aumento de alguém da Fiusa?”, questiona Carvalho.





Outro fato que será contestado é a afirmação do vice-presidente do Creci, Walter Alves de Oliveira de que 25% dos imóveis da cidade não foram revisados. Oliveira presidiu a comissão que comandou o estudo que permitiu o cálculo do reajuste do IPTU em Ribeirão. Segundo ele 66 mil dos 264 mil imóveis da cidade podem estar com os valores venais incorretos.

“Isso inclusive é uma confissão de culpa, de que o serviço não foi bem feito. O Creci assumiu que a prefeitura não avaliou todos os imóveis. Não foi amplo e não sendo amplo cabe o questionamento”, concluiu.

Em dezembro do ano passado, os vereadores aprovaram o projeto da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, estabelecendo o teto de 130% para o aumento do imposto – o Executivo pleiteava 150%. Os boletos com a nova cobrança do IPTU começaram a ser entregues aos moradores no dia 7 e alguns donos de imóveis questionaram o valor reajustado, alegando que ele ultrapassou os 130%.

OAB aguarda parecer
O presidente da Subsessão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto, Domingos Assad Stoche, encomendou dois pareceres de juristas sobre a legalidade do reajuste do imposto na cidade. Segundo ele, após receber os documentos a OAB vai definir o posicionamento que irá tomar no caso.

“Nós vamos esgotar a discussão para esse assunto. Após a conclusão desses dois pareceres, que pode ser na quarta (16) ou quinta (17), após o posicionamento desses colegas, nós vamos discutir para ver o que será feito e, se for o caso, decidir pelo posicionamento de um ou de outro. Temos que ter bastante cautela, porque é um tema bastante controverso”, ressaltou.

Fonte: G1





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