Aumenta número de famílias em nova favela em Ribeirão Preto

Dois meses após o confronto com a PM numa reintegração de posse que deixou 11 feridos, uma nova área ocupada pelos moradores da ex-favela da Família, no Jardim Aeroporto, em guia de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) está em expansão.

Oficialmente, há cadastradas 192 famílias, mas, segundo líderes do grupo, moram efetivamente no novo local em torno de 40 famílias.

A prefeitura informou que cadastrou as famílias em programas habitacionais, mas que outras favelas, mais antigas, são prioritárias.

A reportagem constatou na manhã de segunda-feira (5) que foram construídos novos barracos na área em menos de um mês.

Uma pilha de compensado de madeira, reunida pelos moradores por doações, ocupavam o centro do que antes era um campinho de futebol. O material servirá como paredes para novos barracos.

Só no último sábado, quatro novos barracos foram erguidos, segundo o serralheiro Aldair Ribeiro da Silva, 32, um dos líderes.

Com rede elétrica clandestina e uma torneira comunitária, o maior problema do local é de saneamento. Não há banheiros, o que obriga os moradores a usar emprestado os de casas vizinhas.





“Para dar banho, fazemos uma fila de crianças aqui perto da torneira. A gente esquenta um pouco a água e tem de dar um banho rápido”, disse a desempregada Marília Cristina de Paula, 23.

Grávida do segundo filho, ela é uma das que ganhou novo barraco Ðaté que o cômodo fique pronto, porém, ela vive de favor com o tio, no barraco vizinho.

Há também moradores novo, que chegaram depois da expulsão da área anterior. É o caso de Leandro Aparecido Ramos, 25, que ontem aplanava a terra dentro do barraco simples que vai morar com a mulher e os dois filhos.

Ele morava com a família na casa da sogra, na favela da Mata, “mas tinha dez pessoas lá, estava muito apertado”.

Aldair diz que Leandro é o único caso de morador que não estava na expulsão da área anterior.

REINTEGRAÇÃO

Na reintegração de posse, no dia 5 de julho, 11 pessoas ficaram feridas depois de três horas de tentativa fracassada de negociação para que os sem-teto deixassem a área.

A ação contou com o Batalhão de Choque, além da cavalaria e do helicóptero Águia. Na época, a PM disse que não houve excessos.

O secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Junior, diz que os sem-teto receberam suporte e puderam se inscrever em programas de habitação. Ele afirma, porém, que há outras favelas na fila.

Fonte: Jornal Floripa





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