Com público estimado em 500 pessoas, grande parte funcionários públicos e partidários da prefeita Dárcy Vera (PSD), a Câmara da cidade Ribeirão Preto aprovou, na noite desta terça-feira (22), com 15 votos a favor e quatro contra, a instalação de uma CEE (Comissão Especial de Estudos) sobre o possível esquema de desvio de casas populares em programa de urbanização, proposto por Walter Gomes (PR). Na sequência, com 13 votos contra e seis a favor, os vereadores barraram a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) proposta por Gláucia Berenice (PSDB).
A discussão foi interrompida pelo presidente da Câmara, Nicanor Lopes (PSDB), diversas vezes, devido aos constantes e excedidos apelos populares. Vereadores da oposição foram vaiados ininterruptamente ao argumentarem a favor da CPI. Silvana Resende (PSDB) foi o principal alvo com rótulo de “invejosa” e até palavrões. “Contra fatos não há argumentos. Essa cidade inteira quer a instalação de uma CPI. Pessoas de todas as classes estão pedindo mais moralidade na prefeitura, esta aí a oportunidade de mostrar um trabalho transparente. A prefeita convidou a imprensa ontem [segunda-feira], mas não abriu para perguntas, fez um pronunciamento medroso e não democrático. Quem não deve, não tome. Parece que essas pessoas não sabem o que é democracia”, lamentou, diante das vaias.
Walter Gomes leu o teor de seu novo projeto propondo a reversão da CPI em CEE e foi bastante aplaudido ao alegar que uma comissão especial é ampla, enquanto a de inquérito trata de fato específico. Entretanto, o argumento foi rechaçado pela oposição, que tratou de diferenciar seus poderes. “Não quero saber o nome da comissão, quero a apuração do caso”, declarou Andre Luiz da Silva (PC do B), que, assim como Bertinho Scandiuzzi (PSDB), votou a favor das duas comissões.
Fonte: Jornal A Cidade