Alagamentos, casas inundadas, carros sob água, trânsito interrompido em pelo menos 12 pontos, desespero de quem tinha pouco e perdeu tudo e teve que ser resgatado pelos bombeiros. Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) viveu essa história triste de novo no final da tarde da última sexta-feira (3), em consequência de uma chuva forte de aproximadamente 40 minutos.
Houve pelo menos 12 pontos de alagamento. Os pontos mais críticos foram registrados na avenida Francisco Junqueira (centro), na favela do Brejo (Campos Elíseos) e nas ruas Caramuru (região central), Araraquara (Vila Mariana), Fioravante Ângelo (J. Independência), Álvaro de Lima e Romano Coró.
Houve alagamento também na avenida Jerônimo Gonçalves, palco das obras antienchente, no centro, embora o ribeirão Preto não tenha transbordado.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil atenderam diversas ocorrências de moradores da favela do Brejo que ficaram ilhados dentro de casa. Em alguns pontos da favela, o nível da água chegou a um metro e meio. Pelo menos 20 pessoas tiveram que ser resgatadas com a ajuda de botes salva-vidas.
A casa da dona-de-casa Ellen Marques Pereira, 20, grávida de oito meses, que havia se mudado para a favela havia um mês com o marido e o filho de um ano, foi invadida pela água em menos de 10 minutos.
“Perdi tudo, as fraldas das crianças, berço, colchão, geladeira. Quase não consegui sair de casa.”
Já o motorista Luiz Carlos Morato, 54, conseguiu salvar apenas seu caminhão. “Moro perto do córrego e água chegou até o meu peito. Todo ano é a mesma coisa.”
Quatro pessoas caíram no córrego Tanquinho e foram resgatadas pelos bombeiros com o apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar.
Ao menos seis árvores caíram na cidade. Uma delas destruiu uma caminhonete no bairro Ipiranga.
Parte do muro da Sete Capela, no morro do São Bento, caiu, dificultando ainda mais a passagens dos motoristas que tentavam se desviar de pontos alagados da avenida Francisco Junqueira.
Na Caramuru, motoristas tentavam salvar seus carros que ficaram parados no meio da água. Nas avenidas Saudade e Francisco Junqueira, a água invadiu as lojas.
O dono da Ar Livre, empresa de mototáxi, Paulo Donizete Guerrino, afirmou que ao menos 21 mototaxistas ficaram ilhados em pontos da cidade com passageiros.
Na Via Norte, motoristas tiveram que subir em seus carros para escapar da água. Na ruas Humaitá e Amapá, na Santa Cruz, parte dos asfalto cedeu e foi levado pela enxurrada. No aeroporto Leite Lopes, faltou luz e um voo da Pantanal foi cancelado.
Fonte: Folha Online