A funcionária pública Maria Angélica Milanez Vieira, 49, vive alerta para não ser picada por escorpião. Virou rotina achá-los em sua casa.
Ribeirão Preto (313 km da cidade de São Paulo) registrou 149 casos de acidentes com escorpiões no ano passado, o que representa 10,5% de aumento em relação às 135 vítimas do ano anterior.
Espécies amarela e marrom de escorpiões são maioria em São Paulo Bonfim Paulista, Jardim Piratininga e Parque Ribeirão Preto concentraram os maiores números de casos de picadas de escorpião.
Maria Angélica mora a uma quadra do cemitério de Bonfim Paulista, uma das regiões que mais concentram o número de vítimas. “Ando atenta para não colocar a mão onde possa ser surpreendida com uma picada.
” Conforme a reportagem revelou, Ribeirão está repleta de terrenos que viraram depósitos de lixo e de entulho –ambientes propícios para a proliferação do aracnídeo.
Em 2011, a Vila Seixas foi um dos bairros mais atingidos pela infestação.
Na época, dez vizinhos relataram à reportagem que foram picados por escorpiões amarelos –única espécie encontrada na área urbana da cidade–, cuja picada é responsável pela maior parte dos incidentes no país.
A coordenadora da divisão de Controle de Vetores de Ribeirão Preto, Lúcia Taveira, afirmou que o período atual, com chuva frequente, faz aumentar o aparecimento dos escorpiões dentro das residências, já que eles fogem de locais molhados. Especialistas alertam para as prevenções contra os acidentes.
RISCO
Não é só em casa que mora o perigo. O recepcionista Pedro José da Cunha, 29, que reside no Jardim Heitor Rigon, foi picado por um escorpião quando tentava pegar o brinquedo do seu filho que estava na sarjeta, entre a rua e o bueiro, em dezembro.
Ele recebeu atendimento médico em uma unidade de saúde e deixou o escorpião para análise.
Já o pintor Luís Eduardo Palácio, 39, mora no Jardim Centenário e disse que, no ano passado, encontrou dez escorpiões nas proximidades de casa, saindo de bueiros, ou já dentro dos cômodos. Ele não chegou a ser picado.
De acordo com a coordenadora do Controle de Vetores, Ribeirão Preto não registra mortes por picada de escorpião há pelo menos dez anos. Ela disse que crianças e idosos correm mais riscos por causa da baixa resistência.
A pessoa picada pode ter febre alta, dor intensa no local do ferimento, taquicardia, respiração ofegante, suor intenso e vômito. O tempo de recuperação do paciente depende do tamanho do escorpião que o picou, da quantidade de veneno injetada, da espécie e da parte do corpo ferida.
O aconselhável é que a pessoa procure um médico com urgência. Ela pode ser liberada no mesmo dia ou ser transferida à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. “Tudo depende da resistência de cada um”, afirmou a coordenadora.
Fonte: Bol.com.br