Em meio à comemoração dos 155 anos de guia da cidade Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), um grupo de 200 pessoas trocou os shows e atrações culturais da cidade para discutir problemas e propor soluções neste fim de semana.
O Fórum Social de Ribeirão, realizado no sábado (18) e domingo, é o braço municipal do Fórum Social Mundial, que neste ano aconteceu em Dacar, capital do Senegal, em janeiro.
A versão local do fórum não teve conferências ou grandes nomes como atrativos para atrair o público. Foram moradores, representantes de ONGs, promotores e estudantes que se organizaram em grupos de debate a partir de temas predefinidos.
Leis sem aplicação, pouca transparência nas contas públicas, moradias populares longe do trabalho e escola e até o apartheid em Ribeirão Preto emergiram desses grupos.
A secretária de Ações Afirmativas da Presidência da República, Anhamona Silva de Brito, esteve presente para discutir racismo.
Para ela, falar do tema na cidade que cresceu com o agronegócio –cuja mão de obra é na maioria negra ou de descendente de negros, segundo ela– é um avanço.
“Pautar a questão como algo emergencial e urgente é uma forma de perceber os elementos da opressão, como o racismo e o sexismo.”
Os pontos discutidos serão levados à prefeitura ou ao Ministério Público. Os participantes do fórum prometem acompanhar as demandas e se reunirem periodicamente para debater novos problemas.
O grupo de planejamento urbano foi o que teve maior adesão do público –50%.
“A cidade precisa pensar em ter outras alternativas para o transporte, que não o carro, e ficar atenta à impermeabilização do solo”, diz o arquiteto Maurílio Chiaretti, que esteve no grupo.
Segundo ele, o Código de Obras estabelece que construções não podem ter 100% de área impermeável, mas não há fiscalização.
Fonte: Folha.com