A paralisação dos médicos-assistentes do Hospital das Clínicas (HC) de guia de Ribeirão Preto já fez com que pelo menos 1.500 cirurgias fossem desmarcadas, segundo a assessoria de imprensa do hospital. Além do cancelamento das cirurgias, 10% dos atendimentos ambulatoriais tiveram de ser remarcados.
Em uma nova assembleia realizada nesta segunda-feira (12), os médicos votaram pela manutenção da greve, que hoje completa 76 dias de duração. Em torno de 125 médicos estiveram presentes na assembleia e não aceitaram a proposta intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que propunha que os médicos esperassem a aprovação de um plano de carreira.
O médico membro do comando de greve Ulysses Strogoff Matos disse que os grevistas estão dispostos a terminar com a greve caso as negociações do reajuste salarial sejam retomadas imediatamente.
“Para voltar a trabalhar, os médicos querem garantias de que serão ressarcidos pelos dias parados e esperam a negociação do reajuste. Se encerrarmos a greve, mas em 30 dias nada for resolvido, retornaremos a paralisação”, disse.
Ainda segundo Matos, muitas cirurgias do HC estavam sendo canceladas, mesmo antes da greve, devido a baixa remuneração oferecida para os médicos do setor. “O problema com as cirurgias não é de hoje. Além de faltar anestesiologistas no hospital, cirurgiões qualificados pedem demissão por conta do baixo salário”, disse.
A greve
Os médicos-assistentes do HC de Ribeirão Preto estão de greve desde o dia 29 de junho. A principal reivindicação deles é a equiparação salarial com os médicos da Mater e do HE (Hospital Estadual).
O salário mensal dos médicos-assistentes é de aproximadamente R$ 2,1 mil para uma carga horária de 20 horas semanais, já com as gratificações. Os médicos do HE e da maternidade recebem R$ 6,9 mil por mês por uma carga horária de 24 horas semanais.
Fonte: Ribeirão Preto Online