Há quase dois anos, moradores do bairro Ipiranga, em Ribeirão Preto (SP), enfrentam problemas estruturais em suas casas depois que a tubulação de esgoto na Rua Espírito Santo estourou em fevereiro de 2011. Desde então, a água da rua tem invadido as residências e infiltrações causaram rachaduras nas paredes.
O caso mais grave é do aposentado Daniel Pereira, que teve a casa interditada por causa do risco de desabamento e precisou colocar uma viga de madeira para segurar a laje. Segundo ele, o encanamento na rua entupiu e o esgoto invadiu o imóvel. O Departamento de Água e Esgoto (Daerp) fez o conserto, mas o solo ficou encharcado. “Já dei entrada num processo. Era para resolver até semana passada, mas não chegou nada, não veio intimação para mim”, disse.
Sem ter para onde ir e com medo de ser roubado, Pereira continua morando no local onde vive há cerca de 30 anos à espera de uma indenização. “Era pra eu não ficar aqui de jeito nenhum. Se começar a cair, eu saio correndo. Já deixo a porta e as janelas abertas”, contou.
Vizinho de Pereira, o motorista de ônibus Eduardo Grigoleto também teve sua casa afetada. Por causa das rachaduras, ele apoiou o muro com madeira. “Infiltrou água por baixo pelo esgoto dele [da casa de Daniel Pereira] e veio puxando as paredes da minha casa porque estourou o encanamento”, disse. Ele entrou com processo na Prefeitura, mas decidiu fazer consertos no imóvel. “Está no Protocolo [o processo], ficou lá parado. Aí como eu achei que ia demorar muito para resolver e era um risco que eu estava correndo aqui, mandei arrumar. Construí novas paredes para ficar seguro.”
A administradora Karina Stábile, que também mora na Rua Espírito Santo, diz que as infiltrações provocaram um desnível no solo, o que dificulta que o esgoto e água da chuva escoem. “Na frente da minha casa a água fica parada e vai acumulando sujeira. Aí vai infiltrando nas casas. Moro aqui há 15 anos e há 15 anos tem esse problema”, afirmou.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Prefeitura municipal de Ribeirão Preto informou por nota que equipes do Daerp e da Secretaria de Infraestrutura foram avaliar a tubulação na rua na manhã desta terça-feira (13) e que pronunciará sobre a solução após o resultado das análises técnicas.
Em relação a Daniel Pereira, a assessoria disse que não pode reformar o imóvel e nem obrigar o aposentado a se mudar. Mesmo assim, será enviada uma equipe da Secretaria de Assistência Social para conversar com ele.
Fonte: G1