Conhecido como um canal para quem tem necessidade de desabafar sobre seus problemas, o CVV (Centro de Valorização da Vida) tem sido cada vez mais procurado por crianças e adolescentes.
Embora não haja dados estatísticos –as ligações não são gravadas–, a alta na procura pelo serviço em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) motivou a entidade a capacitar voluntários para esse tipo de atendimento.
O fenômeno é verificado também em Araraquara (273 km do estado de São Paulo), onde 50% das procuras on-line correspondem a crianças e adolescentes, diz a entidade.
Atuando há 17 anos em Ribeirão, a professora Wanise de Ávila Correa disse que o interesse desse público começou a crescer no fim de 2011.
Segundo ela, geralmente as crianças ligam para o CVV à tarde, quando estão sozinhas em casa. “É uma porta aberta para que falem sobre suas vidas e seus anseios.”
Entre os adolescentes, a demanda cresce após ações específicas, como palestras em escolas. “Eles têm conflitos típicos da idade, como a sexualidade e o problema de se aceitarem.”
No mês que vem, 43 voluntários de Ribeirão passarão por um curso de capacitação. O objetivo é que saibam o que dizer e o que não dizer quando as ligações são feitas.
Para a psicóloga infantil Lucimara Pisani, a depressão na infância e na adolescência passa despercebida pela maioria dos pais, o que pode explicar a procura pelo CVV.
“Os sintomas são manifestados de forma atípica e às vezes se confundem com agressividade ou hiperatividade.”
NA INTERNET
Para aumentar a proximidade com o público jovem, o CVV lançou, há dois anos, o atendimento via internet. Em março, foi criada a diretoria executiva do CVV Web, que dá suporte aos programas de prevenção ao suicídio, saúde mental e filantropia.
Na cidade de Araraquara, segundo a voluntária Adriana Rizzo, o atendimento virtual é feito por e-mail –com resposta em até 24 horas–, chat ou skype.
Conforme o CVV, a procura dos jovens cresce também em dez postos da capital e de Sorocaba (99 km de São Paulo), mas em ritmo menor.
Fonte: Folha de São Paulo