Sindicato de Ribeirão diz que número de policiais impede combate ao crime

O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) da Região de Ribeirão Preto (SP) afirmou que é impossível combater a criminalidade com o número de policiais existentes atualmente no município. Desde o último dia 19, a cidade vive uma onda de violência e vinte pessoas foram baleadas, sendo que nove delas morreram. Nenhum caso foi solucionado.

Para o vice-presidente do Sinpol, Célio Antonio Santiago, é necessário contratar mais servidores. “Faltam investigadores e escrivães, é o maior descaso que o governo está fazendo com a população do Estado de São Paulo”, reclamou Santiago.

Segundo ele, A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão tinha 38 investigadores na década de 1980. “Atualmente, a DIG tem 20 investigadores. O segundo distrito tinha 12 investigadores, hoje tem quatro. O primeito tinha 16, hoje tem sete”, comentou o sindicalista.”A violência triplicou, também por falta de policiais. É quase impossível combater a violência desse jeito. Existe um esforço coletivo da polícia em geral, mas não dá para combater a violência”, opinou.

O delegado da DIG, Haroldo Chaud, entretanto, disse que todos os casos de homicídio ocorridos na cidade estão sendo investigados. “Foi instaurado o inquérito para cada caso, mas foram casos ocorridos muito recentemente e, por isso, ainda não foi possível dar uma resposta.”

Chaud também disse que a Polícia Civil tem alguns suspeitos dos crimes. “Há suspeitos, há motivações já esclarecidas, mas isso tudo irá para os autos. Alguns crimes podem ter relação, mas para preservar a investigação é melhor nada ser divulgado. Brevemente, a Polícia Civil dará uma resposta para tudo isso”, concluiu.





Cobrança e solução
O taxista Marco André Castiglioni é irmão de uma das vítimas dos ataques ocorridos nos últimas dias em Ribeirão Preto. Ele espera que o crime seja solucionado o mais rápido possível. “Meu irmão levou sete tiros nas costas, covardemente. Eu tenho ido na DIG e isso precisa ter uma resposta. Eu preciso saber para poder acalmar meu coração”, disse.

O irmão de Castiglioni estava em um bar, onde ele e outras quatro pessoas foram baleadas. Três dos baleados morreram na Rua Demétrio Chaguri, no bairro Quintino Facci.

Crimes
Na quinta-feira (18), um jovem de 20 anos morreu após ser baleado quando voltava para casa no Jardim Salgado Filho I. Os disparos teriam sido feitos por um ocupante de um Ford Fiesta. Ninguém foi preso.

Na sexta-feira (19), 14 pessoas foram baleadas e cinco morreram em atentados nos bairros Jardim Jandaia, Presidente Dutra II, Orestes Lopes de Camargo, Ipiranga, Quintino Facci e Avelino Palma. Investigações da Polícia Civil apontam que os disparos foram executados por ocupantes de motocicletas não identificados.

Na quinta-feira (25), um adolescente de 17 anos e um servente de pedreiro de 32 anosmorreram após serem baleados em frente a uma residência no bairro Vila Carvalho, na Zona Norte.

Resposta
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) informou que a região de Ribeirão Preto recebeu um reforço de 35 investigadores e 27 escrivães no primeiro semestre de 2012. Além disso, foi autorizada a abertura de concurso para contratar mais 1,9 mil policiais civis e outros mil agentes.

Fonte: G1





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